segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O difícil equilíbrio entre sucesso e felicidade

Stela Campos
24/09/2007

Em uma das fases mais bem-sucedidas da carreira, Gilberto Tomazzoni, atual presidente da Sadia, absorvido por novos desafios no trabalho não viu o filho nascer. "Foi um dos momentos mais importantes da minha vida e também um aprendizado", disse, para uma platéia silenciosa, formada por um seleto grupo de comandantes das mais importantes empresas do país.

Ao seu lado, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acompanhava o depoimento emocionado do executivo. Outros quatro presidentes de grandes grupos compunham a mesa do debate: Pedro Passos, da Natura, Cledorvino Bellini, da Fiat, Fábio Barbosa, do Banco Real, e José Tadeu de Moraes, da Samarco. No bate-bola, nada de taxa de juros ou economia: estavam lá para discutir algo pouco usual em suas agendas, a felicidade e o trabalho.

O encontro foi promovido pela professora Betania Tanure, por ocasião do lançamento do livro "Sucesso e (In) Felicidade", no qual uma ampla pesquisa com 1.200 executivos do país mostra que 76% deles não se sentem felizes. A pressão por resultados e a dedicação de 70% de seu tempo e energia ao trabalho têm um preço alto fora do escritório. "Sacrifiquei minha família", admite Bellini. Hoje, avô, sente que as filhas entendem melhor sua ausência no passado. "Quando eram pequenas, elas não compreendiam".

O conceito de satisfação no trabalho varia segundo o olhar de cada um. Para Henrique Meirelles, a felicidade vem quando se profissionaliza um hobby. "Se o trabalho desagrada a pessoa, ela não terá a dedicação necessária".

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