segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Não temos nada a esconder?

Os gastos com o cartão embalam o pedido de CPI endossado agora até pela própria base de apoio ao governo no Congresso. Na semana passada, o governo agiu em duas frentes na tentativa de sair das cordas empurrado pela crise envolvendo os gastos com os cartões corporativos. O primeiro passo foi anunciar que os ministros não poderão usar mais esse mecanismo para pagar suas despesas. O segundo passo foi apoiar uma investigação no Congresso. A estratégia foi anunciada em entrevista coletiva pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Franklin Martins (Comunicação Social) e Jorge Armando Félix (Segurança Institucional). "Apoiamos qualquer investigação", disse Dilma. "A diferença é que a partir de agora há uma avaliação por parte do Ministério do Planejamento no sentido de que ministro não pode ter cartão, porque fere o princípio da impessoalidade", acrescentou. O martelo em favor da CPI foi batido numa conversa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, com Lula, por telefone, na manhã da quarta-feira 6. O presidente estava no Guarujá, onde passou o Carnaval. Jucá inicialmente avaliou que a CPI já seriam favas contadas. O governo poderia resistir por um tempo, mas a oposição acabaria conseguindo o número mínimo de assinaturas para instalá-la. "Isso, então, só vai nos desgastar. Nós vamos ficar resistindo, e vão surgir notícias dizendo que nomeamos fulano ou fizemos tal coisa para evitar a CPI. Melhor é sair das cordas e partir para o ataque", sugeriu Jucá. "Você está certo", respondeu Lula. "Não temos nada a esconder. Você tem carta branca", continuou. Jucá, então, comunicou a decisão também a José Múcio Monteiro, ministro das Relações Institucionais, e a Dilma Rousseff. Em seguida, começou a recolher as assinaturas.

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