segunda-feira, 27 de junho de 2011

PERDI MEU EMPREGO. E AGORA?

A primeira coisa a não fazer é tirar férias. Quem deixa o mercado de trabalho e se afasta dele por um período, acaba sendo esquecido pela simples razão de não estar se mantendo presente na memória das pessoas que contratam. E você não quer ser esquecido exatamente neste momento, quer?
Quando você está empregado, as pessoas sabem onde procurá-lo, acostumam-se a pensar em você naquela empresa, com aquela posição. Quando descobrem que você saiu, nem sempre conseguem localizar seu novo número de telefone, e acabam desistindo da procura.
E quem sabe se, enquanto isso, o seu futuro patrão não o estaria procurando, sem saber que você está em férias, em Porto Seguro, ganhando uma cor e perdendo uma oportunidade?
Por isso, o preço a pagar pela obtenção do novo emprego é dedicação total. São necessárias, no mínimo, 200 horas do seu tempo dedicadas a encontrar um novo emprego.
Perdeu o emprego? Pois deixe as férias para depois e mãos à obra. Você descansará depois que se recolocar.

MEDO DO DESEMPREGO
O Grupo Catho fez uma pesquisa junto a 643 executivos de vários cargos e em empresas de todos os portes para saber qual era o maior medo dos profissionais brasileiros de média e alta gerência. O resultado foi que 70,7% estavam colocando como centro de suas preocupações a vida profissional (mais do que a vida pessoal e familiar) e 39,5% afirmaram temer, mais do que tudo, não ter um emprego.
Os gerentes têm mais medo do desemprego, conforme 42,3% deles, do que os diretores e vice-presidentes (30,3%), os chefes e supervisores (34,7%) e os técnicos especializados (35,5%).
Em uma outra pesquisa junto a 1.356 executivos do Brasil inteiro, 33% deles responderam que já sofreram demissão. Ou seja, cerca de um terço dos empregos terminam em demissões, de acordo com os próprios respondentes. A demissão é comum na carreira do executivo.

O QUE NÃO FAZER
Frustração e prostração, dois substantivos que o profissional que perdeu o emprego deve abolir permanentemente do seu dicionário de atitudes. (escuto muito isso!)
Seja qual for o seu nível de desânimo com a perda do emprego, a primeira coisa que você não deve fazer é descuidar da aparência. Comece agora mesmo um regime, faça ginástica regularmente, permaneça esbelto. Não se entregue à preguiça. Não se entregue ao desalento. Mens sana in corpore sano!!!
Encontrar um novo emprego requer atitude e intensidade especiais. Você precisa preparar-se física e psicologicamente: caso fume, pare de fumar; em caso de obesidade, faça uma dieta; evite bebidas alcoólicas; faça exercícios físicos diários, durma oito horas por noite e trabalhe muito para encontrar um emprego novo.
Não descuide da sua aparência, também, na questão das vestimentas. Renove seu guarda-roupa. Além de manter você elegante e bem apresentado para os contatos que virão, ajuda no amor-próprio e na autoconfiança. Vista-se bem. Pelos outros e por você mesmo.
A outra atitude negativa que muitas pessoas tendem a assumir numa situação como estas é esconder-se em casa, evitando contatos. Não faça isto! Circule, relacione-se, mostre-se, permaneça em exposição. Até porque muita gente pode estar querendo saber de você, e circulando, você pode tropeçar numa oferta de trabalho.

MEXA-SE!

Cultive os seus contatos. Faça networking intensamente. Ligue para amigos, visite empresas a que você tenha acesso, participe de atividades sociais, permaneça na lembrança das pessoas. Marketing pessoal é indispensável para quem quer continuar no mercado de trabalho.
Atualize seu currículo. Com objetividade, brevidade e clareza. E mande para todas as pessoas em empresas que possam ter interesse no seu perfil profissional e na sua colaboração. E mande também para as empresas de recrutamento, que podem intermediar boas oportunidades para você.
Verifique as suas referências. Converse com as pessoas que você pensa indicar para dar informações sobre você e peça licença para incluí-las na lista.

SAÍDA TRAUMÁTICA?
E por falar em referências, eventualmente, por sua própria falha ou por causa de terceiros, o resultado é que você pode ter deixado uma imagem negativa na última empresa em que trabalhou. Como lidar com isso no seu currículo e em entrevistas para um novo emprego?
Em primeiro lugar, destaque os resultados positivos que você obteve. Empregadores gostam de gente que executa bem e consegue resultados, e tendem a relevar problemas anteriores, até porque determinados erros podem comprometer alguém como administrador mas não como profissional ou como pessoa.
Uma sequencia normal de entrevista permite que você apresente os seus resultados antes de falar das fraquezas. Você só tem que impressionar na primeira parte. Fica mais fácil explicar na segunda parte.
Não negue nunca a sua porção de responsabilidade no problema, mas explique brevemente o contexto. Diga o quanto aprendeu com a falha, alertando para que jamais deixará que coisa semelhante se repita.
Mesmo assim, não deixe que o problema passe a ser a coisa mais importante da sua vida profissional e pessoal. Se você estiver tão aborrecido que não consiga enxergar o que fez de bom, peça ajuda para um amigo.
Não cultive o temor de que o seu nome esteja manchado ou que todo o mundo saiba que você teve um problema. Supere. Você consegue.
Desgraça pouca é bobagem, diz a sabedoria popular. Às vezes, os problemas vem uns sobre os outros, amontoados. Mas não enfoque a sua vida em problemas. Até porque nem sempre uma tragédia profissional termina em demissão.
Otimismo é uma arma para derrotar a amargura. E a amargura é o veneno de qualquer alma e de qualquer profissão.

PARA VOCÊ QUE ESTÁ EMPREGADO
Estudamos as carreiras de 1.509 executivos de todo o país e constatamos que o tempo mediano que permanecem em cada empresa é de 5,1 anos em nível gerencial e 6,2 anos em nível de diretoria. Identificamos também que, ao longo de sua carreira, grande parte dos executivos corre o risco de serem demitidos pelo menos uma vez.
Já abordamos em "Carreira & Sucesso" as principais causas de demissão de executivos. Entre elas, a idade, o alto salário, a resistência a mudanças, são fatores a serem considerados.
Em suma, é alta a probabilidade de que, a cada cinco ou seis anos, um ocupante de cargo em nível de média ou alta gerência precise procurar emprego, não necessariamente porque seja demitido, mas porque precisa estimular ou redirecionar a carreira, e às vezes só é possível obter ascensão em um novo emprego.
O executivo empregado que está descontente com seu progresso, com seu salário, ou insatisfeito profissionalmente, pode encontrar um novo prazer na vida conseguindo uma colocação melhor.
Portanto, as sugestões contidas neste artigo valem para você também, que está empregado. Talvez você nunca precise delas, mas prudência e conhecimento nunca serão demais para cuidar da carreira.

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