sexta-feira, 12 de junho de 2009

REPETIÇÃO É UMA NECESSIDADE

Esta é, talvez, a primeira lição para as instituições. A comunicação abomina o vazio e sempre encontra uma maneira de ocupar o espaço social. Na ausência de informação confiável e institucionalizada, redobra a atividade de um processo especulativo, difuso na corporação, cuja função é produzir as informações que satisfaçam a curiosidade e preencham a carência do grupo. Boatos e explicações esdrúxulas acabam ocupando o lugar da informação confiável e verdadeira. Como consequência igualmente indesejável, se estabelece um circulo vicioso porque as informações geradas neste contexto apenas estimulam a curiosidade em vez de satisfazê-las.

Muitos anos antes do surgimento de celulares e smartphones, telefone sem fio era apenas o nome de uma brincadeira infantil. Lembra dela? A graça desse joguinho popular consiste em ver como uma mensagem chega totalmente modificada ao último ouvinte depois de ser sussurrada nos ouvidos das pessoas numa longa fila. Apesar de toda a tecnologia disponível (e-mail, mensagem instantânea, videoconferência e os já citados aparelhos móveis), a comunicação entre os funcionários nas empresas continua mais parecida com o passatempo das crianças: a mensagem começa de um jeito e termina de outro. O problema de comunicação se multiplica conforme desce na hierarquia corporativa: começa como uma marolinha na diretoria e se torna um tsunami quando chega aos analistas.

Em uma brincadeira infantil um ruído desses é aceitável. Já no ambiente corporativo isso se traduz em conflito, falta de produtividade e maus resultados.

Um dogma da comunicação - a falta de informação gera o boato! Portanto, por mais permanente que seja a mídia escolhida, a repetição é uma necessidade. Afinal, não foram as pedras gravadas a fogo e entregues à guarda de Moisés, mas a repetição incansável, de geração para geração, que trouxe os Dez Mandamentos desde o Sinai até os dias de hoje.

No contexto de um programa de gestão, os comunicadores não podem hesitar diante da repetição. O importante não é inventar maneiras diferentes de dizer a mesma coisa, para atrair a atenção pela originalidade, mas, simplesmente, dizer a mesma coisa, da mesma forma, tantas vezes quantas forem necessárias. Uma idéia valiosa merece esta oportunidade e o sistema de comunicação deve aceitar, entre os seus múltiplos deveres, o papel de estação repetidora.

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